Talvez você não saiba o que é spread bancário ou não tenha muita familiaridade com o índice, mas ele é frequentemente associado aos altos juros praticados no país e influencia diretamente a contratação de crédito no Brasil.
Em termos gerais, ele representa a diferença entre os juros que o banco ou fintech paga a você por seus investimentos e os juros que essa instituição cobra ao emprestar dinheiro para você.
Nesse sentido, é possível dizer que spread define o quanto o banco vai lucrar com suas
operações e quanto você irá pagar pelo crédito.
Contudo essa definição superficial deixa de lado alguns fatores importantes que também são cobertos por esse valor.
Continue lendo este texto e descubra mais sobre spread bancário e a importância dele para o seu negócio.
O que é e como funciona o spread bancário
Spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando você investe seu dinheiro e os que você paga quando quita uma dívida.
Os juros que você recebe quando coloca suas economias na poupança ou escolhe aplicá-las em produtos de renda fixa, por exemplo, e aqueles que os bancos cobram no momento em que você faz algum tipo de empréstimo ou um financiamento, na quitação de dívidas em geral.
Em um caso como esse o spread bancário da transação é de 30%. Ou seja, os juros de rendimento menos o juros de crédito (36 – 6 = 30).
Nesse sentido, quanto maior o spread bancário, maior será o lucro da instituição financeira com as operações. E significa, também, juros maiores para os clientes que utilizam os serviços daquele banco.
Contudo a diferença, que, na maioria das vezes, é muito grande entre o que o consumidor recebe ao investir e o que ele paga ao realizar um empréstimo, gera certa polêmica, principalmente por, muitas vezes, favorecer o banco.
Apesar da polêmica, existem muitos custos embutidos no spread bancário. São essas tarifas que sustentam a estrutura da economia e geram lucros.
Por isso, o spread bancário é visto como um vilão por muitos clientes, mesmo que essa não seja necessariamente a verdade. Já que neles são incluídos uma série de custos invisíveis aos clientes, mas importantíssimo para o sustento da economia.
É o spread que movimenta a economia e dá fôlego aos bancos e, por isso, é importante que os consumidores possam conhecer os custos envolvidos no spread e, assim, escolher a melhor instituição financeira.
Como é composto o spread bancário?
Como dissemos, existem diferentes taxas que compõem o spread bancário e que, na maior parte das vezes, não são de conhecimento dos consumidores em geral.
O spread é muito mais do que apenas o lucro que os bancos ganham com as operações de empréstimo e investimento, mas está ligado a outras taxas, que, juntas, formam o índice.
Como todo negócio, as instituições bancárias precisam ter lucro, e para que a margem de lucro exista é preciso olhar para os custos. Dessa forma, vale a pena olhar para a composição do spread mais atentamente.
Veja a seguir cada uma das taxas que têm pesos diferentes na composição do spread bancário:
Custo administrativo e operacional
Dentro dos gastos administrativos estão dispostos aqueles gastos com despesas físicas e operacionais. Também entra no spread os custos com salários e outras despesas com funcionários, com segurança, agências, caixas eletrônicos, manutenção, aluguel e outros.
Todos esses gastos nos mostram o porquê de muitos produtos e serviços oferecidos por bancos digitais e fintechs, ou seja, instituições que contam mais com recursos tecnológicos, são mais baratos do que aqueles oferecidos em agências físicas e agências tradicionais que possuem juros mais altos.
Encargos fiscais, compulsório e FGC
O Banco Central (BC) guarda parte dos depósitos feitos pelos clientes no banco para controlar o dinheiro que está em circulação na economia e essa porcentagem guardada é chamada de depósito compulsório.
Essa medida trata-se de uma determinação legal obrigatória que todos os bancos e instituições financeiras devem seguir. Esse é um depósito recolhido referente a parte das captações em poupança, depósitos à vista e depósitos à prazo.
Ele também é um mecanismo de garantia para os correntistas, poupadores e investidores que permite que eles recolham uma parte de seus recursos mantidos em uma instituição financeira em caso de falência ou liquidação. Tanto o FGC quanto o depósito compulsório estão incluídos no spread.
Inadimplência
Existem pessoas e instituições que não retornam aos bancos o dinheiro emprestado e elas são consideradas inadimplentes.
No Brasil, em abril de 2022, o percentual de clientes inadimplentes chegou a 28,6%, o segundo maior nível da pesquisa, ficando abaixo apenas da taxa de janeiro de 2010 (29,1%). Os números mostram que a inadimplência, infelizmente, é ainda muito comum no país e cresce a cada dia.
Por causa desse risco de não receber de volta o valor concedido por meio do empréstimo, a instituição financeira busca por uma “margem de segurança” o que eleva os juros e consequentemente influencia diretamente o cálculo do spread.
Impostos
Alguns tributos influenciam na formação do spread. Eles são:
- Imposto sobre Operação Financeira (IOF);
- Imposto de Renda (IR);
- Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
- Programa de Integração Social (PIS);
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Lucros
Todo banco, cooperativa de crédito, fintech ou banco digital que ofereça produtos como crédito precisa gerar algo para remunerar os empresários e os acionistas que investem na empresa.
Nesse sentido, como os acionistas do negócio precisam de lucro, esse lucro também deve fazer parte do spread bancário.
Qual a importância do spread bancário para o Corban?
O spread bancário é muito importante não só para o cliente final, mas também para os correspondentes bancários.
Um correspondente pode trabalhar com diferentes instituições financeiras e dessa forma oferecer para seu cliente o melhor negócio e, nesse sentido, é importante estar atento ao spread bancário, ao C.E.T. (Custo Efetivo Total) e as empresas que oferecem o melhor negócio para oferta de crédito.
Além do mais, é importante que o correspondente saiba transmitir o valor do spread bancário para seu cliente, fazendo com que ele entenda os custos por trás das operações bancárias.
A vida de um Corban apresenta muitos desafios e para te ajudar a superá-los continue acompanhando o blog da Fontes. Até a próxima!